As recomendações seguintes destinam-se a
pessoas que planeiam, trabalham ou participam em eventos públicos ou eventos de
massas, onde muitas pessoas estão juntas num só local, no mesmo período de
tempo, incluindo concertos, conferências, eventos desportivos, ou outros. A
evidência tem demonstrado que os eventos de massas podem potenciar a
disseminação de doenças infeciosas. A Direção-Geral da Saúde informa que à
data, e seguindo orientações da Organização Mundial da Saúde, não existem
restrições de viagens, comércio ou produtos e, portanto, a decisão de
participar ou não em eventos públicos e eventos de massas pertence a cada
cidadão.
1.
Avaliações de risco e resposta contínua
Antes de decidir organizar, prosseguir,
restringir, modificar, adiar ou cancelar o evento, recomenda-se que efetue uma
avaliação de risco completa em articulação com as autoridades de saúde locais e
nacionais. Isso significa que deve considerar o seguinte:
▪ As recomendações mais recentes das
autoridades a nível local, nacional e internacional sobre COVID-19;
▪ Se as pessoas presentes no evento poderão
ter sido expostas ou infetadas com COVID-19 e qual o risco que representam para
outras pessoas;
▪ As características do evento (por exemplo,
o número de pessoas esperadas e a densidade da multidão, a idade e tipo de
interação entre os participantes, o alojamento, a duração do evento, os países
de proveniência dos participantes, as viagens inerentes ao evento, os serviços
de saúde no local, outros) e se eles podem aumentar o risco e / ou a propagação
de COVID-19;
▪ Que medidas podem ser adotadas para reduzir
a propagação de doença;
▪ Contactar a Autoridade de Saúde Local para
obter aconselhamento.
2. Se
está a organizar um evento
▪ Recomendar, de forma ativa e com ampla
divulgação, ao público e aos trabalhadores do evento para não comparecerem se
estiverem doentes ou se estiveram em contacto com um caso confirmado de
COVID-19 ou se estiveram numa área com transmissão comunitária ativa4 , nos
últimos 14 dias;
▪ Garantir a existência de um plano de
contingência e a sua atualização. Este plano deverá contemplar o diagnóstico e
encaminhamento de casos suspeitos de COVID-19 durante o evento a articular com
os serviços de saúde local e de saúde publica;
✓ O plano de contingência deve responder a
algumas perguntas basilares:
1. Vão ser implementadas
medidas de rastreio aos participantes do evento?
2. Como é que a doença será
identificada nos participantes?
3. Quais as medidas que vão
ser implementadas aquando da deteção de um doente?
4. Quem decidirá se os
participantes doentes podem permanecer ou não no evento?
5. O que determina o
adiamento ou cancelamento do evento?
▪ Implementar as condições estruturais
necessárias para melhor prevenir a transmissão de doença; ▪ Promover a adoção
de medidas de higienização das mãos e de etiqueta respiratória (ver abaixo).
2.1.
Condições estruturais
▪ Assegurar a existência de equipamentos e /
ou instalações adequadas para a adoção de boas práticas de higiene, como água e
sabão e / ou uma solução à base de álcool, toalhetes de papel, lenços de papel
e contentores de recolha de resíduos em locais estratégicos;
▪ Assegurar a existência de procedimentos
para a limpeza regular das superfícies, incluindo detergentes e desinfetantes
apropriados;
▪ Adotar soluções que privilegiem
equipamentos de uso não manual (portas automáticas, torneiras com sensores,
etc)
▪ Reforçar as recomendações sobre
higienização das mãos e de etiqueta respiratória, colocando cartazes na entrada
do evento, das casas de banho e nas áreas de preparação de alimentos. Os
cartazes estão disponíveis no portal6 da Direção-Geral da Saúde;
▪ Identificar um ponto focal, que articulará
com as autoridades competentes a implementação de quaisquer medidas que se
afigurem necessárias;
▪ Prever um stock de máscaras cirúrgicas para
o eventual aparecimento de uma pessoa com febre ou sintomas respiratórios.
2.2.
Quais as medidas a adotar pelos trabalhadores do evento
A Direção-Geral da Saúde recomenda a adoção
das seguintes medidas:
▪ Lavar frequentemente as mãos, com água e
sabão, esfregando-as bem durante pelo menos 20 segundos;
▪ Reforçar a lavagem das mãos após se assoar,
antes e após a preparação de alimentos, após o uso da casa de banho e sempre
que as mãos lhe pareçam sujas;
▪ Usar, como alternativa, para higiene das
mãos, uma solução à base de álcool;
▪ Usar lenços de papel (de utilização única)
para se assoar;
▪ Deitar os lenços usados num caixote do lixo
e lavar de seguida as mãos;
▪ Tossir ou espirrar para o braço com o
cotovelo fletido, e não para as mãos;
▪ Evitar tocar nos olhos, no nariz e na boca
com as mãos sujas ou contaminadas com secreções respiratórias;
▪ Evitar contacto próximo com pessoas com
sinais e sintomas de infeções respiratórias agudas;
▪ Os manipuladores de alimentos devem cumprir
as recomendações sobre a higiene das mãos e não devem trabalhar se estiverem
doentes;
▪ Limpar regularmente as superfícies com
detergentes e desinfetantes apropriados.
Qualquer trabalhador que esteja doente não
deverá comparecer no local do evento, assegurando que a situação é reportada às
autoridades competentes e à organização/produção do evento.
3.
Participação em eventos
Recomenda-se que as seguintes pessoas não
participem em eventos públicos, isto é, que não permaneçam em locais muitos
frequentados e fechados, sem absoluta necessidade:
▪ Quem está doente;
▪ Quem, ainda que não tenha sintomas, tenha
estado numa área com transmissão comunitária ativa ou que tenha tido contato
com um caso confirmado por COVID-19, nos últimos 14 dias.
3.1.
Como minimizar o risco de ficar doente num evento
A recomendação mais importante é a prática de
uma boa higienização das mãos e de etiqueta respiratória.
A adoção das medidas acima elencadas são
especialmente importantes para pessoas que têm alguns problemas de saúde, como
diabetes, insuficiência renal, doença pulmonar crónica, pessoas imunocomprometidas,
ou outra.
Uma medida também importante é de limitar o
uso de álcool/drogas, uma vez que pode afetar a capacidade de seguir
adequadamente as recomendações anteriormente referidas.
3.2.
Conselhos sobre máscaras
As máscaras não são recomendadas para a
maioria das pessoas, pois há evidência limitada de que impeçam a propagação da
doença. A boa etiqueta respiratória e a higienização das mãos terão um impacto
maior.
4.
Doente num evento público
Perante o aparecimento de sintomas (incluindo
febre, tosse ou eventual dificuldade respiratória), o primeiro passo é ligar
para o SNS24 – 808 24 24 24, e seguir as orientações que lhe forem dadas.
Simultaneamente:
1. Disponibilizar uma máscara cirúrgica, a
ser colocada pelo próprio doente;
2. Isolar o doente (se possível, numa sala
isolada com casa-de-banho de uso exclusivo, disponibilizando água, alimentos,
lenços ou toalhetes de papel, saco para recolha dos lenços e um meio de
comunicar com ele, como por exemplo um telemóvel);
3. Seguir as orientações dadas pelo SNS24 e
aguardar tranquilamente.
Para mais informações e para acompanhar a evolução da situação consulte www.dgs.pt
28 de fevereiro, 2020
Direção-Geral de Saúde